O REALISMO DE CHARLES SANDERS PEIRCE
Charles Sanders Peirce desenvolve uma Teoria da Realidade que ele denomina de Metafísica, ele parte da Fenomenologia das categorias de pensamentos para saltar depois para as categorias equivalentes no âmbito da Metafísica (a ciência que estuda a essência).
Desvelar o conceito de Realidade é necessário para compreender-se de que Realidade se fala, quando queremos entender a função epistemológica do Documentário. Em Peirce encontramos uma Realidade composta por um âmbito denominado de Existência e um outro âmbito denominado de Generalidade Eidética (o mundo da idéias externas à mente humana, uma mente do universo). Disso se extrai que sua Metafísica é uma Teoria da Realidade.
No livro Kosmos Noetos: a Arquitetura Metafísica de C. S. Peirce (Ivo Assad Ibri), encontramos a origem do problema entre o Realismo e o Desconstrucionismo da Teoria Cinematográfica, nas discussões escolásticas que ficaram conhecidas como “querela dos universais”. Um conceito é apenas um nome mental (conceptus mentis), ou ele é Real e ocorre em uma Realidade Eidética, um pensamento com realidade transcendente à matéria, coisas que estão no pensamento do Universo. Essa foi a discussão entre os Realistas e os Nominalistas, que se parece em grande medida com a polêmica entre Teóricos do Cinema de origem Realista e de origem Desconstrucionista.
Assim, finalmente podemos avançar para uma concepção de Realidade, utilizando as idéias de Peirce e visualizarmos um Universo que contém suas ocorrências icônicas, índiciais, e simbólicas, respectivamente associadas às três categorias Ontológicas: a primeiridade, segundidade e terceiridade. Assim é a Teoria da Realidade de Peirce, cuja posição filosófica pode ser classificada como um Idealismo Objetivo, ou talvez um Realismo Radical.