Os Documentários segundo Erik Barnow
Erik Barnouw (1908 – 2001) é um historiador das mídias e autor de um dos mais importantes livros a respeito de Documentários.
Ele foi trabalhar na Columbia University em 1946, depois de uma carreira bem sucedida no rádio, trabalhando para a CBS e NBC, antes da 2a. guerra. Durante seu trabalho na Columbia ele organizou a Divisão de Cinema na Escola de Artes e serviu como chefe de departamento até 1968. Ele também serviu como editor para o Centro para Comunicação de Massas da Columbia University, e permaneceu trabalhando na Columbia até 1973.
[ Documentary ] a history of non-fiction film”, um livro publicado em 1974 e atualmente com 6 edições. Este livro pode ser baixado da internet, (a versão de 1987, não revisada) no endereço abaixo (obviously in English):
Nesta última versão, Barnouw inclui um capítulo que ele chama de MOVIMENTO, que retrata a situação do documentário na década de 70 e 80.
O livro conta a história do documentário, principalmente o americano e algumas outras de outros países. Todavia o mais interessante a se considerar nessa história é a classificação que Erik Barnouw realiza frente aos diferentes tipos de documentários que ele vai citando ao longo da história. Essa classificação é bem mais complexa do que a classificação, um tanto simplista, de Bill Nichols.
Cada um dos tipos referem-se a períodos históricos específicos e as funções desempenhadas pelos documentários. Em “Vislumbre de Maravilhas” Barnouw trata dos primeiros filmes, e os primórdios das imagens em movimento. Em “Imagens ao Trabalho”, apresenta a fase dos filmes poéticos mas que são subdivididos em 3 categorias: Explorador, Repórter e Pintor.
Em “Som e Fúria” Barnouw apresenta os filmes sonoros e os associa atividades humanas como o Defensor, o Corneteiro que passa instruções aos soldados e o Acusador, que afirma quem fez algo. Em “Lentes Nubladas”, apresenta o período do pós-gerra, (década de 50), com Poetas, Cronistas e Promotores de idéias e empresas.
Depois em “Foco Nítido” apresenta os filmes do período do Som Direto (década de 60 e 70), mas com categorias que são bem distintas: o Observador (e aqui concorda com Nicholls) que olha, ouve e memoriza; o Catalisador, aquele que incita determinadas reações; e o Guerrilha, aquele que vai à luta contra o que está estabelecido.
Aproveito para fazer algumas sugestões de filmes do capítulo “IMAGENS AO TRABALHO” (ainda o cinema mudo), que poderão ser vistos no Youtube e que permite que você tente encaixá-los em alguma daquelas categorias citadas acima. Na próxima postagem eu apresentarei alguns filmes do capítulo “Som e Fúria” e do capítulo “Lentes Nubladas”. OBSERVAÇÃO MUITO IMPORTANTE: alguns filmes mudos receberam uma musicalização mais contemporânea, o que permite que os vejamos com mais interesse.